Segundo a mitologia grega, Anfitrião, Rei de Tebas, oferecia magníficos banquetes. Foi deste conceito que se chegou à definição de que o anfitrião é “aquele que recebe em casa”. Também Molière referiu, na obra Anfitrião, via a personagem de um criado que servia os seus amos: “o verdadeiro anfitrião é o que nos dá de comer”.
Hoje em dia, todos estes conceitos permanecem válidos. O papel do anfitrião num evento, qualquer que seja a sua dimensão, centra-se em: convidar, reunir, acolher, fazer as honras da casa, tentar dar atenção aos convidados, agradecer a presença e, naturalmente, enquanto responsável do que oferece, efetuar o respetivo pagamento. Ao determinar a organização de um encontro tem subjacente o firme desejo de proporcionar um momento agradável e estimular a conversação entre convidados.
No dia do acontecimento e como responsabilidades elementares deve garantir (ou solicitar que alguém o faça) que tudo está preparado antes da chegada do primeiro convidado, que alguém em sua representação está a receber, a cumprimentar e a acompanhar quem chega. Também na qualidade de anfitrião e, quando aplicável, deve forçosamente receber uma Alta Entidade.
Caso o encontro decorra à mesa de refeição, o banqueteador deve, para além de marcar o ritmo dos acontecimentos, agradecer a presença e assegurar-se de que a alimentação selecionada é do agrado de todos. Espera-se que os vinhos estejam em sintonia com os pratos, não descuidando a gentileza de disponibilizar bebidas alternativas a quem não consome álcool. É esperado que tenha um envolvimento prévio na organização das mesas principais e na distribuição dos lugares, equilibrando o número de senhores e senhoras para harmonizar a mesa e, se possível, intercalando-os. Os lugares de maior estatuto são à direita e à esquerda dos anfitriões e devem ser destinados a quem tenha esse estatuto, como por exemplo aos convidados de honra.
O papel do anfitrião contribui para o sucesso de um evento no qual se despendem recursos vários e quantias avultadas.
Já dizia Fernando Pessoa: “Primeiro estranha-se. Depois, entranha-se”. E é um facto.
Susana de Salazar Casanova